quarta-feira, agosto 20, 2008

PROJETO $

| clique nas imagens para ampliá-las |

Sem tempo de subir a montanha, pacientemente escalada por todo grande sábio, o apressado homem do trabalho, parte em dois a montanha sinuosa, e vende para os homens as duas colunas, de Hércules e dos cifrões.

“Mas o homem vestido de branco ignora que a moeda queima o beijo de prodígio, (...) E o diretor do banco tem olhos apenas para o manômetro, que mede o cruel silêncio da moeda.”

São cifrões, são investidores que inventam um valor desmedido para sua ganância. São corruptos, são ganaciosos que devoram a voz dos que cantam nessa terra. São cédulas que queimam nossa mata e fazem delas lápides de animais quase extintos.

E, enquanto o povo reza, a República se cala e devora nossos direitos.

Se a igualdade não circula por estas veias do consumo,
que nossas idéias sejam nosso grito impresso,
selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado
e inseridas em circuitos ideológicos.

"Somente depois da última árvore derrubada, depois do último animal extinto,e quando perceberem o último rio poluído, sem peixe, o Homem irá ver que dinheiro não se come."

Carimbos

sexta-feira, agosto 31, 2007

Mulher x Objeto


Mulher não é um produto, nem um objeto, nem um objeto de consumo.
Mulher é mais do que uma bunda exposta como carne à venda no açougue pelas bancas das grandes cidades.

A Mulher hoje é esquertejada, emplastificada e reduzida pelo materialismo fálico que se engana ao lamber papel pensando que é pele. Sujeita a imposições estéticas e culturais do “belo”, do “correto” e do “bem comportado” aceita um cabresto de um capataz que é incapaz de amamentar o próprio filho, ou respeitar a própria mulher.

Mulher não pertence a ninguém. E deve ser respeitada como mãe. Pois é mãe de todos os homens que já viveram, vivem e irão nascer nesse mundo.

Mulher não é simples como um guia de orgasmo. Não é simples como uma válvula de escape de testosterona. Nem é apenas uma dona de casa. Nem apenas uma executiva bem sucedida. Nem é uma boneca de silicone posando para a capa da Playboy.

Nossa intenção é levar à cidade mulheres de verdade, utilizando como suporte quem mais mente e apóia a cultura da “mulher objeto”. Subvertendo a estética das “bonecas de silicone” e trazendo aos que caminham pela cidade mulheres verdadeiramente brasileiras sem tratamento algum.

São esposas que apanham dos próprios maridos, crianças utilizadas como produto de turismo sexual, mulheres com fome, idosas, entre inúmeras outras que vivem em nosso país. Não tão “belas”, não tão “gotosas”, mas de verdade.

A mulher não pode ser “amanssada” como boi “brabo”.
Nem tratada como carne de açougue.

Mulher é metade do mundo, e mãe da outra metade que não é mulher.

segunda-feira, outubro 02, 2006

LA MANCHA BRANCA


| clique na imagem para ampliar |




Ora senhor, a mim basta
corretivo justo a ti seria um soco
mas para não quebrar-lhe a cara,
mancharei seu rosto

um pouco para esconder-te,
um pouco para limpar-te;

E para que procurem então,
em meio a cidade sem feição,
símbolos escondidos nas flancas
de nostra mancha branca

sábado, setembro 23, 2006

DOCUMENTÁRIO LA MANCHA


Documentário Don Quijote das intervenção,
Dividido em 4 partes:



Saudações!

sexta-feira, abril 07, 2006

A uma passante



A rua em derredor era um ruído incomum,
longa, magra, de luto e na dor majestosa,
Uma mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;

Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala o frenesi que mata.

Um relâmpago e após a noite! — Aérea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
So te verei um dia e já na eternidade?

Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado — e o sabias demais!


Charles Baudelaire

Huuummmm, novos suportes...

domingo, janeiro 29, 2006

1º Mesquita do Brasil (Av. do Estado)


Cala-te e escuta:
Tu és o caminho.

Ninguém te guiará,
nem eu,
nem placas,
nem livros,
nem igrejas.

Ninguém irá aplaudir seus atos,
nem eu,
nem outros,
nem ninguém.

Tu estás só.
Só tu.
E mais ninguém poderá caminhar por ti.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Marco zero de SP (Praça da Sé)



São quinze milhões de habitantes de todo canto em ação
Que se agridem cortesmente morrendo a todo vapor
E amando com todo ódio se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros caseados à prestação
Porém com todo defeito te carrego no meu peito
São, São Paulo meu amor
São, São Paulo quanta dor
Salvai-nos por caridade pecadoras invadiram
Todo centro da cidade armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor num atentado contra o pudor
A família protegida um palavrão reprimido
Um pregador que condena uma bomba por quinzena
Porém com todo defeito te carrego no meu peito
Santo Antonio foi demitido dos Ministros de cupido
Armados da eletrônica casam pela TV
Crescem flores de concreto céu aberto ninguém vê
Em Brasília é veraneio
No Rio é banho de mar
O país todo de férias
E aqui é só trabalhar
Porém com todo defeito te carrego no meu peito
São, São Paulo meu amor
São, São Paulo

(Tom Zé)

Sr. Conservador diz:


Curso Intensivo de Boas Maneiras

Fique à vontade
Tiau, good bye,
Ainda é cedo,
Alô, como vai?
Com Marcelino vou estudar
Boas maneiras
Pra me comportar.
Primeira lição: deixar de ser pobre,
Que é muito feio.
Andar alinhado
E não freqüentar, assim, qualquer meio.
Vou falar baixinho,
Serenamente, sofisticadamente,
Para poder com gente decente
Então conviver.

Fique à vontade, .... .... etc.

Da nobre campanha
Contra o desleixo
Vou participar
Pela elegância e a etiqueta
Vou me empenhar
Entender de vinhos, de salgadinhos,
Esnoberrimamente,
Trazer o País
sob um requinte intransigente.

Fique à vontade, ... ..., etc.

(Tom Zé)

Teatro Imprensa (Bela vista/Bexiga)


Proibido Árvores, proibido cultura contestadora.
Sílvio Santos vs. Zé Celso
E nós senhoras e senhores...
e nós?

Jesus Cristo é o Senhor (Av. Brigadeiro Luiz Antônio)


Jesus Cristo é o Senhor... E nada nos faltará.
Nem cruz, nem fome, nem apatia, nem inércia.

Um Buda negro na Cruz de Exu.
Brasil, sincretismo possível.

Sr. Conservador diz:

Centro Cultural São Paulo (Av. Vergueiro)

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Não estamos contras as placas de trânsito, apenas lutamos contra os moinhos de vento...





"... Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar..."

trecho de Tô (Tom Zé)

terça-feira, janeiro 24, 2006

quinta-feira, janeiro 19, 2006

De volta a cidade


A um mundo de rios quebrados
e distâncias inatingíveis
na patinha desse gato quebrada pelo automóvel,
e eu ouço o canto da lombriga
no coração de muitas meninas.
Óxido, fermento, terra estremecida.
Terra tu mesma que nadas pelos números do escritório.
Que vou fazer? Ordenar as paisagens?
Ordenar as árvores que logo são fotografias,
que logo são pedaços de madeira e goles de sangue?
Santo Inácio Loiola assassinou um pequeno coelho
e ainda seus lábios gemem pelas torres das igrejas.
Não, não, não, não; eu denuncio.
Eu denuncio a conjura desses desertos escritórios
que não irradiam as agonias, que apagam os programas da selva,
e ofereço-me para ser comido pelas vacas espremidas
quando seus gritos enchem o vale
onde o rio Tietê se embriaga com azeite.

Gabriel de Garcia Lorca
1929

Panorama cego


Não há dor na voz. Só existem os dentes,
mas dentes que calarão isolados pelo raso negro.
Não há dor na voz. Aqui só existe a Terra.
A terra com suas portas de sempre
que levam ao rubor dos frutos.

Gabriel de Garcia Lorca.
1929

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Faça você mesmo sua intervenção!



Para fazer sua intervenção você vai precisar:
1. Pincel;
2. Artes impressas já recortadas;
3. Cola para lambe-lambe (segue receita).

INGREDIENTES
7 colheres de sopa de farinha de trigo
1 colher de sopa de vinagre, ou pinho sol ou lisoform (evita apodrecimento).
1 litro de água

MODO DE PREPARO
Ferva 3/4 da água em uma panela grande. Misture em uma tigela separadamente 1/4 da água com as 7 colheres de farinha até dissolver totalmente. Ao ferver a água, jogue a mistura com farinha e mexa por 5 minutos até engrossar. Coloque o vinagre e mexa por mais 2 minutos. Resfrie antes de usar. Coloque numa garrafa e já era.

sábado, janeiro 07, 2006

sexta-feira, janeiro 06, 2006

"Qual é a mensagem, qual é a crítica!?"



Isso é querer limitar o trabalho. As placas falam muito mais coisas com uma sobreposição de significados que não cabe a nós definir. Se definirmos vamos estar excluindo as outras possibilidades. É como na frase Zen: "Azul é a resposta do céu, verde a dos campos". Procurar um porque e tentar chegar a uma conclusão é limitar as outras possibilidades que são sincrônicas e tão válidas quanto a nossa. A opinião de uma pessoa que é contra isso e acredita que seja vandalismo é tão importante quanto a opinião de uma pessoa que veja nisso uma outra possibilidade de resignificação, de multiplicidade do olhar no espaço público...